Custo da cesta básica apresenta predominância de queda
Em novembro, o custo do conjunto de alimentos essenciais apresentou queda em 17 das 21 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As reduções mais expressivas foram registradas no Rio de Janeiro (-3,25%), em Belém (-2,26%) e Brasília (-2,12%). Apenas 4 capitais mostraram alta no valor da cesta, ainda que leves: Natal (0,96%), Recife (0,58%), Maceió (0,44%) e Aracaju (0,21%).
Porto Alegre foi a capital com a cesta mais cara (R$ 444,16), seguida por São Paulo (R$ 423,23) e Florianópolis (R$ 415,00). Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 315,98), João Pessoa (R$ 324,90) e Recife (R$ 327,85).
Entre janeiro e novembro de 2017, o custo da cesta diminuiu em todas as capitais, com destaque para as reduções verificadas em Campo Grande (-14,43%), Belém (-13,74%), Cuiabá (-12,95%), Brasília (-12,86%) e Maceió (-12,84%).
Em 12 meses (de dezembro de 2016 a novembro de 2017), o valor da cesta também apresentou redução em todas as capitais pesquisadas. As taxas negativas variaram entre -12,65%, em Belém, e -2,46%, em Aracaju.
O DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário, com base na cesta mais cara, que, em novembro, foi a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Em novembro de 2017, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.731,39, ou 3,98 vezes o mínimo de R$ 937,00. Em outubro, o salário mínimo necessário correspondeu a R$ 3.754,16, ou 4,01 vezes o mínimo vigente. Em novembro de 2016, o salário mínimo necessário foi de R$ 3.940,41, ou 4,48 vezes o piso em vigor, de R$ 880,00.
CUSTO DA CESTA BÁSICA APRESENTA REDUÇÃO EM SALVADOR
Em novembro de 2017, o custo da cesta básica na capital baiana seguiu em queda, tendo registrado variação de -0,73%, em relação a outubro. Com isso, a cesta passou a custar R$ 315,98, contra os R$ 318,31 registrados no mês anterior. Salvador continua com o menor valor dentre as 21 capitais onde o DIEESE realiza a pesquisa.
Na variação em 12 meses (de dezembro de 2016 a novembro de 2017), os gêneros alimentícios apresentaram variação de -11,93% em Salvador. De janeiro a novembro de 2017, a variação acumulada é de -11,03%.
Em Salvador, 8 dos 12 produtos pesquisados registraram redução no preço médio em novembro: a banana da prata (-12,14%), o açúcar cristal (-6,15%), a farinha de mandioca (-4,13%), o feijão carioquinha (-3,47%), o café (-3,28%), o óleo de soja (-2,49%), o leite líquido (-1,46%) e a carne de primeira (-0,10%). Por outro lado, registraram alta no preço médio: o tomate (8,33%), a manteiga (1,81%), o arroz (1,61%) e o pão francês (0,77%).
Em novembro de 2017, o trabalhador soteropolitano remunerado pelo Salário Mínimo comprometeu 74 horas e 11 minutos de sua jornada mensal para adquirir a cesta básica. Em outubro, o comprometimento havia sido um pouco maior, quando foram necessárias 74 horas e 44 minutos.
Quando se compara o custo da cesta em relação ao Salário Mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (R$ 862,04), o comprometimento da cesta em Salvador foi de 36,65% em outubro, percentual menor que os 36,93% de outubro.
CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO
Em novembro de 2017, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 85 horas e 58 minutos nas capitais pesquisadas pelo DIEESE. Este tempo é menor que o de outubro, quando ficou em 86 horas e 51 minutos. Em novembro de 2016, o tempo era de 100 horas e 56 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido (após o desconto referente à Previdência Social), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em novembro, 42,47% do salário mínimo para adquirir os mesmos produtos que, em outubro, demandavam 42,91%. Em novembro de 2016, o percentual foi de 49,87%.
COMPORTAMENTO DOS PREÇOS[1]
Entre outubro e novembro, houve predominância de queda nos preços da maior parte dos produtos da cesta: carne bovina, leite integral, feijão, tomate, café, banana, açúcar e manteiga. Já o óleo de soja, o pão francês, a batata e a farinha tiveram predominância de alta no mês de novembro.
Em novembro, o preço da banana diminuiu em 17 das 21 capitais onde é pesquisada. Ressalta-se que o preço médio da banana é uma média ponderada entre a banana prata e a nanica (caturra). Os percentuais negativos oscilaram entre -14,54%, em Belo Horizonte e -0,59%, em São Luís. As altas foram anotadas em Vitória (0,28%), Aracaju (0,37%), Goiânia (4,44%) e Campo Grande (7,29%). Em 12 meses, a taxa acumulada diminuiu em 17 localidades com destaque para Belo Horizonte (-41,31%), Campo Grande (-39,07%), Cuiabá (-37,66%) e Curitiba (-34,95%). A oferta elevada da fruta em outubro e início de novembro, devido às altas temperaturas, reduziu o preço no varejo.
O preço do açúcar diminuiu em 16 cidades, ficou estável em Manaus e aumentou em Maceió (0,39%), Cuiabá (1,58%), Aracaju (1,60%) e Vitória (2,59%). As retrações mais acentuadas ocorreram em Salvador (-6,15%), Goiânia (-5,42%) e Natal (-5,08%). Em 12 meses, houve queda em todas as capitais, com variações entre -36,44%, em Goiânia, e -14,25%, em Florianópolis. Expectativa de maior entressafra e chuvas que dificultaram a colheita foram alguns dos fatores que elevaram o preço do açúcar nas usinas; mas, no varejo, o valor seguiu em queda na maior parte das cidades.
Em novembro, o preço médio do quilo do tomate caiu em 15 cidades e as taxas negativas oscilaram entre -23,86%, no Rio de Janeiro e -0,21%, em Manaus. As altas mais importantes foram registradas em Salvador (8,33%) e em Natal (14,55%). Em 12 meses, o tomate teve seu preço reduzido em 16 cidades, com destaque para os percentuais de João Pessoa (-31,15%), Florianópolis (-27,11%) e Rio de Janeiro (-17,41%). A alta mais expressiva ocorreu em Goiânia (32,45%). O tomate vem sendo ofertado em grande volume e a qualidade do fruto é baixa, os preços no varejo continuaram em queda em novembro.
O preço do feijão caiu em 15 cidades. O feijão tipo carioquinha, pesquisado em Belo Horizonte, em São Paulo, nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, aumentou somente em Maceió (0,86%), ficou com o preço estável em Campo Grande e Cuiabá e teve queda nas demais localidades onde é pesquisado. As taxas variaram entre -11,53%, em Belém, e -1,38%, em São Luís. Já o preço do feijão preto aumentou em Florianópolis (0,16%), Porto Alegre (0,56%) e Vitória (1,06%). No Rio de Janeiro (-5,34%) e em Curitiba (-4,08%) foram registradas quedas. Em 12 meses, o valor do grão carioquinha recuou em todas as cidades pesquisadas: as taxas variaram entre -60,80%, em Fortaleza, e -44,22%, em Belo Horizonte. O tipo preto, em 12 meses, também diminuiu em todas as localidades, com destaque para Curitiba (-40,83%), Rio de Janeiro (-36,14%), Vitória (-35,83%), Florianópolis (-34,65%) e Porto Alegre (-32,38%). A fraca demanda de ambos os grãos explicou o resultado da desvalorização de preços. Para o feijão preto, entretanto, a safra nacional terminou e os preços já começaram a se elevar em algumas cidades.
A batata teve seu preço aumentado em nove das onze cidades onde é pesquisada. As altas mais expressivas ocorreram em Porto Alegre (12,69%), Goiânia (12,99%), Cuiabá (13,14%), Brasília (13,48%) e Curitiba (15,23%). Em 12 meses, o valor da batata acumulou queda em todas as capitais, que variou entre -45,45%, em Florianópolis e -13,00%, em São Paulo. As chuvas reduziram a oferta e o preço aumentou no varejo.
TABELA 1 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
CUSTO (R$) E VARIAÇÃO (%) DA CESTA BÁSICA EM 21 CAPITAIS
BRASIL, NOVEMBRO DE 2017
Capital |
Valor da cesta (R$) |
Variação mensal (%) |
Porcentagem do Salário Mínimo Líquido (%) |
Tempo de trabalho |
Variação no ano (%) |
Variação em 12 meses (%) |
Porto Alegre |
444,16 |
-0,61 |
51,52 |
104h 17m |
-3,24 |
-5,30 |
São Paulo |
423,23 |
-1,14 |
49,10 |
99h 22m |
-3,57 |
-6,03 |
Florianópolis |
415,00 |
-0,34 |
48,14 |
97h 26m |
-8,55 |
-10,99 |
Rio de Janeiro |
407,37 |
-3,25 |
47,26 |
95h 39m |
-8,20 |
-9,22 |
Vitória |
387,93 |
-1,47 |
45,00 |
91h 05m |
-9,00 |
-11,60 |
Curitiba |
381,26 |
-1,75 |
44,23 |
89h 31m |
-6,98 |
-9,52 |
Brasília |
380,52 |
-2,12 |
44,14 |
89h 20m |
-11,86 |
-12,86 |
Cuiabá |
375,60 |
-1,09 |
43,57 |
88h 11m |
-11,88 |
-12,95 |
Campo Grande |
364,33 |
-1,22 |
42,26 |
85h 32m |
-10,72 |
-14,43 |
Fortaleza |
363,92 |
-1,00 |
42,22 |
85h 27m |
-7,68 |
-10,48 |
Goiânia |
361,96 |
-0,17 |
41,99 |
84h 59m |
-6,43 |
-6,61 |
Belo Horizonte |
359,71 |
-1,69 |
41,73 |
84h 28m |
-8,86 |
-10,27 |
Belém |
358,74 |
-2,26 |
41,62 |
84h 14m |
-12,65 |
-13,74 |
Maceió |
347,77 |
0,44 |
40,34 |
81h 39m |
-11,18 |
-12,82 |
Manaus |
345,66 |
-1,01 |
40,10 |
81h 10m |
-12,51 |
-12,32 |
Aracaju |
341,09 |
0,21 |
39,57 |
80h 05m |
-2,46 |
-7,44 |
São Luís |
333,14 |
-1,25 |
38,65 |
78h 13m |
-6,44 |
-10,31 |
Natal |
328,21 |
0,96 |
38,07 |
77h 04m |
-6,75 |
-7,44 |
Recife |
327,85 |
0,58 |
38,03 |
76h 59m |
-5,78 |
-7,15 |
João Pessoa |
324,90 |
-1,66 |
37,69 |
76h 17m |
-11,27 |
-12,34 |
Salvador |
315,98 |
-0,73 |
36,65 |
74h 11m |
-11,03 |
-11,93 |
Fonte: DIEESE
Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta.
TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 21 CAPITAIS (%)
BRASIL, NOVEMBRO DE 2017
(continua)
Produtos |
Centro-Oeste |
Sudeste |
Sul |
|||||||||
Brasília |
Campo Grande |
Cuiabá |
Goiânia |
Belo Horizonte |
Rio de Janeiro |
São Paulo |
Vitória |
Curitiba |
Florianópolis |
Porto Alegre |
||
Total |
-2,12 |
-1,22 |
-1,09 |
-0,17 |
-1,69 |
-3,25 |
-1,14 |
-1,47 |
-1,75 |
-0,34 |
-0,61 |
|
Carne |
-1,30 |
-1,65 |
-0,85 |
-0,32 |
0,55 |
0,75 |
-1,55 |
-1,66 |
1,02 |
-0,08 |
-0,55 |
|
Leite |
-1,70 |
-0,64 |
-3,30 |
-1,44 |
-2,17 |
-1,03 |
0,00 |
0,30 |
0,67 |
-2,93 |
0,32 |
|
Feijão |
-5,61 |
0,00 |
0,00 |
-4,41 |
-5,07 |
-5,34 |
-1,41 |
1,06 |
-4,08 |
0,16 |
0,56 |
|
Arroz |
-0,33 |
3,19 |
0,00 |
0,00 |
0,00 |
-2,29 |
0,69 |
0,00 |
1,20 |
-2,82 |
0,37 |
|
Farinha |
-2,09 |
1,98 |
0,40 |
0,24 |
0,25 |
0,76 |
-0,67 |
0,31 |
-1,48 |
-1,08 |
0,95 |
|
Batata |
13,48 |
-2,38 |
13,14 |
12,99 |
2,70 |
5,88 |
5,45 |
-5,47 |
15,23 |
3,78 |
12,69 |
|
Tomate |
-10,83 |
-5,06 |
-9,86 |
-4,62 |
-4,37 |
-23,86 |
-8,50 |
-9,33 |
-15,49 |
5,13 |
-2,65 |
|
Pão |
-0,81 |
-2,61 |
0,90 |
0,00 |
-0,62 |
-0,59 |
0,90 |
0,23 |
0,32 |
-0,27 |
0,00 |
|
Café |
0,24 |
-0,92 |
-0,39 |
-0,82 |
0,79 |
-3,71 |
-0,45 |
0,00 |
-2,04 |
-0,63 |
-0,78 |
|
Banana |
-6,65 |
7,29 |
-6,22 |
4,44 |
-14,54 |
-6,20 |
-1,57 |
0,28 |
-9,23 |
-3,33 |
-5,28 |
|
Açúcar |
-2,55 |
-3,33 |
1,58 |
-5,42 |
-2,63 |
-4,01 |
-3,15 |
2,59 |
-3,97 |
-1,60 |
-0,39 |
|
Óleo |
1,52 |
1,10 |
2,77 |
-0,74 |
4,53 |
1,60 |
2,65 |
0,00 |
1,31 |
-1,26 |
2,33 |
|
Manteiga |
-1,82 |
-3,87 |
2,22 |
-2,08 |
-0,90 |
-1,15 |
1,21 |
-0,81 |
-0,71 |
-1,80 |
0,25 |
|
TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS
VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 21 CAPITAIS (%)
BRASIL, NOVEMBRO DE 2017
(continuação)
Produtos |
Norte |
Nordeste |
||||||||
Belém |
Manaus |
Aracaju |
Fortaleza |
João Pessoa |
Maceió |
Natal |
Recife |
Salvador |
São Luís |
|
Total |
-2,26 |
-1,01 |
0,21 |
-1,00 |
-1,66 |
0,44 |
0,96 |
0,58 |
-0,73 |
-1,25 |
Carne |
0,30 |
1,27 |
0,00 |
-1,27 |
0,04 |
-0,09 |
2,17 |
1,54 |
-0,10 |
-0,14 |
Leite |
-5,03 |
1,52 |
1,42 |
0,53 |
-0,56 |
0,00 |
-1,66 |
0,33 |
-1,46 |
0,59 |
Feijão |
-11,53 |
-3,77 |
-6,70 |
-2,81 |
-5,91 |
0,86 |
-3,15 |
-2,59 |
-3,47 |
-1,38 |
Arroz |
-4,33 |
-4,78 |
1,13 |
-0,36 |
0,00 |
1,40 |
-1,74 |
0,34 |
1,61 |
-2,04 |
Farinha |
-2,99 |
1,61 |
0,54 |
-0,63 |
-0,38 |
1,62 |
-1,39 |
0,21 |
-4,13 |
2,33 |
Tomate |
-4,51 |
-0,21 |
3,73 |
-2,83 |
-7,49 |
7,04 |
14,55 |
3,33 |
8,33 |
-8,94 |
Pão |
-0,30 |
0,51 |
0,00 |
0,58 |
-0,75 |
0,00 |
0,12 |
1,98 |
0,77 |
0,00 |
Café |
1,72 |
-2,50 |
2,00 |
-1,44 |
-0,17 |
0,30 |
1,00 |
-1,09 |
-3,28 |
0,00 |
Banana |
-4,31 |
-9,85 |
0,37 |
-3,09 |
-6,01 |
-4,33 |
-4,10 |
-1,22 |
-12,14 |
-0,59 |
Açúcar |
-2,61 |
0,00 |
1,60 |
-0,85 |
-2,25 |
0,39 |
-5,08 |
-5,00 |
-6,15 |
-0,39 |
Óleo |
-3,94 |
-3,47 |
0,79 |
-0,80 |
1,65 |
0,85 |
0,53 |
0,51 |
-2,49 |
3,41 |
Manteiga |
1,63 |
2,37 |
-0,36 |
1,49 |
1,29 |
1,04 |
-0,18 |
-1,00 |
1,81 |
-0,49 |
Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta