Os métodos contraceptivos são parte fundamental para uma vida sexual saudável e livre de preocupações. Em pesquisa recente feita pela UNIFESP, 72% dos homens brasileiros consideraram que a responsabilidade pela contracepção e prevenção das DSTs é do casal. Infelizmente, esse dado mostra que acreditar nessa responsabilidade compartilhada não é o mesmo que colocá-la em prática.
Dos homens entre 15 e 25 anos entrevistados, apenas 31% deles afirmaram utilizar camisinha em todas as relações sexuais e mais de 70% acreditam que não há necessidade do uso conjunto da pílula anticoncepcional e da camisinha.
Os dados preocupam, pois, os jovens brasileiros parecem ter ideias e ações ambíguas em relação ao sexo e a contracepção e, para piorar um pouco esse cenário, 38% deles afirmaram tirar suas dúvidas sobre o assunto por meio da internet.
Todas essas informações servem como alerta para conscientizar homens e mulheres da importância de se falar sobre sexo e métodos contraceptivos no geral, tendo em vista que o número de algumas doenças sexualmente transmissíveis está crescendo e 30% das gestações no país não são planejadas. Abaixo segue o conteúdo sobre o tema e os principais dados por estado.
72% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade pela contracepção e prevenção de DSTs é do casal, mas apenas 31% dos homens previnem-se, revela pesquisa da UNIFESP
Estudo realizado pela instituição que pesquisou padrões de comportamento em dez capitais brasileiras mostra a visão masculina em relação à contracepção e prevenção de DSTs
São Paulo, 26 de setembro de 2017 - A discussão sobre o papel de homens e mulheres no planejamento familiar e na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) tenta combater dois problemas de saúde pública que assolam o Brasil: a gravidez não planejada e as DSTs. Para se ter uma ideia, 30% das gestações no país não são planejadas, de acordo com o Instituto Oswaldo Cruz. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que, em média, 40 mil novos casos de DSTs (entre as quais AIDS, sífilis e hepatites virais) são detectados anualmente.
Buscando compreender melhor como os homens se comportam em relação a esses temas, a Bayer, com o apoio do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, ouviu 2.000 homens de 15 a 25 anos em de 10 capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e constatou que, embora 72% deles acreditem que a responsabilidade de evitar uma gravidez não planejada seja do casal, a maioria não toma as medidas preventivas necessárias para impedir uma gravidez ou DSTs; ao mesmo tempo, o levantamento mostrou que 55% dos brasileiros tiveram sua primeira relação sexual entre 13 e 16 anos e que suas duas maiores preocupações durante o ato sexual foram a gravidez (31%) e as DSTs (34%).
USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Responsabilidade comumente relacionada às mulheres, o uso de métodos contraceptivos ainda é um tema delicado em conversas no meio masculino. Apenas 55% dos entrevistados consideraram que falar abertamente sobre o assunto é normale, quando questionados se apoiariam as parceiras a deixar de lado qualquer tipo de contraceptivo, 38% disseram que não.
A gravidez não planejada é responsável por uma a cada duas gestações no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e embora tenha sido citada como a segunda maior preocupação entre os homens durante a relação sexual, 73% fizeram sexo sem usar um método contraceptivo. O que é muito preocupante.
Quando foi possível dar uma justificativa para as respostas, 48% dos brasileiros afirmaram preferir que suas parceiras tomem pílula anticoncepcional e apenas 24% foram a favor do uso concomitante de contraceptivo oral e preservativo. Contradizendo essas respostas, quase 50% dos brasileiros afirmaram acreditar que a “camisinha” masculina é o método mais eficaz.
“A Bayer há 10 anos realiza o Dia Mundial de Prevenção da Gravidez não Planejada (Contraception Day) em mais de 70 países com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o tema e empoderar a mulher no planejamento de sua vida ”, relata Rubens Weg, gerente geral da divisão Pharma da Bayer Brasil.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Em 2015, segundo o Ministério da Saúde, mais de 39 mil homens foram diagnosticados com sífilis e 22,4 mil foram infectados com o vírus da AIDS, o que corresponde a mais do que o dobro do número de mulheres infectadas com o HIV no mesmo período. Essa estatística evidencia a falta de prevenção e a baixa adesão ao preservativo masculino.
Quando questionados sobre o motivo de não utilizarem “camisinha” ou outro método contraceptivo, 16% alegaram não querer “estragar a diversão”, 12% afirmaram não dispor de método contraceptivo no momento da relação, 11% simplesmente esqueceram de usar, 10% “decidiram se arriscar” e 9% estavam alcoolizados ou sob efeito de drogas.
EDUCAÇÃO SEXUAL
Aspecto decisivo no combate à gravidez não planejada e no controle das doenças sexualmente transmissíveis, a educação sexual precisa ser melhorada. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, 38% dos entrevistados aprenderam sobre sexo e métodos contraceptivos com amigos e pela internet.
Além disso, 60% deles afirmaram que quando tem alguma dúvida sobre sexo pesquisam na internet e apenas 5%procuram a ajuda de profissionais de saúde. “Os números indicam uma realidade delicada e mostram a necessidade de difundir informações e ensinar adolescentes e jovens adultos sobre os métodos contraceptivos disponíveis e a importância da prevenção das DSTs, pois essa é a melhor saída para diminuir a gravidez na adolescência e surtos de sífilis, por exemplo. Conscientizar para prevenir, esse é o melhor caminho”, afirma o Dr. Afonso Nazário, ginecologista e Professor Livre-Docente do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.
A falta de conhecimento sobre os métodos contraceptivos masculinos e femininos é facilmente identificável na pesquisa. Embora82% dos homens afirmem conhecer as opções disponíveis para as mulheres, poucos se lembraram dos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs - Long Acting Reversible Contraceptives). Apenas 8% citaram o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, 6%, o DIU hormonal e 2% se recordaram do implante. “Os LARCs são recomendados por instituições internacionais, como o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia desde 2014, e deveriam ser as principais opções oferecidas para as mulheres e ser conhecidos também pelos homens”, ressalta Nazário.
PRINCIPAIS RESULTADOS NOS ESTADOS
Sobre o World Contraception Day
Com o objetivo de melhorar a educação sexual, promover a conscientização sobre a contracepção moderna e reduzir os altos índices de gravidez não planejada e/ou de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em todo o mundo, foi criado o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez Não Planejada, que acontece em 26 de setembro. A ação é uma iniciativa de ONGs e sociedades internacionais – com apoio mundial da Bayer. No site da campanha www.vivasuavida.com.br é possível encontrar diversas informações sobre sexo seguro, gravidez e contracepção, entre outros temas.