Esta semana vai marcar o início das temperaturas baixas “a sério” na Ucrânia. E isso pode mudar alguns aspectos na guerra.
As previsões apontavam para o início do "General Inverno" em Dezembro, mas só nos primeiros dias de 2023 o Inverno “a sério” começa a chegar à Ucrânia.
O calendário indica que, no Hemisfério Norte, o Inverno já arrancou no dia 21 de Dezembro. Duas semanas depois, o frio vai se fazer sentir, sobretudo no Leste da Ucrânia.
Os dados mais recentes do instituto de meteorologia local indicam que a temperatura começa a baixar nesta quarta-feira, dia 4 de Janeiro.
São temperaturas que, por cá, já “assustariam” a maioria dos europeus – mas vão baixar ainda mais… E muito.
À chuva e ao granizo, a partir de sexta-feira (dia 6) junta-se uma descida considerável da temperatura no em boa parte da região: previsão de 17 a 20 graus abaixo de zero.
Na zona Oeste, as temperaturas serão mais elevadas. Ou melhor, não tão baixas: entre 10 a 13 graus abaixo de zero. Na generalidade do país a tendência é de 10 a 16 graus abaixo de zero.
Influenciará a guerra?
Não devemos assistir a uma influência tão grande como aconteceu na II Guerra Mundial, quando Hitler nem pensava que o conflito iria durar até ao Inverno e não preparou as tropas alemãs para as condições na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Mas o Inverno pode fazer diferença na guerra na Ucrania. A Rússia tem atacado centrais energéticas, para dificultar o dia-a-dia dos ucranianos (sobretudo dos que estão no combate).
No Nordeste, precisamente onde se prevê que esteja mais frio, as temperaturas podem cair o suficiente para que o solo congele.
Nas linhas de frente perto da região de Kherson, a neve e a chuva do Inverno podem transformar o solo em lama – que, com a neve profunda, pode dificultar a movimentação rápida das tropas e dos seus veículos.
Os ucranianos devem preferir um Inverno assim, frio e rigoroso, com solo congelado, para que possam continuar a manobrar rapidamente e flanquear as forças russas.
Já os russos quereriam um Inverno quente e húmido, para em princípio deixarem os ucranianos mais presos no solo.
Para já, as previsões dão vantagem teórica para a Ucrânia.
No geral, devemos assistir a um conflito com mais ataques aéreos do que terrestres, nas próximas semanas.