Marco Cavaleri, responsável da estratégia de vacinas da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) confirmou que há uma ligação entre a vacina da AstraZeneca e os casos de trombose.
Em declarações ao jornal italiano Il messagero, o responsável da Agência Europeia do Medicamento (EMA) admitiu que “é claro que há uma ligação [dos casos de trombose] com a vacina” da AstraZeneca. “Agora podemos dizer [que sim]”, afirmou Marco Cavaleri.
Contudo, ainda não se sabe a causa desta reação. “Ainda não sabemos. Nas próximas horas diremos que há uma ligação, mas ainda temos de entender como acontece”, explicou.
Especialistas da Agência Europeia do Medicamento reuniram-se esta semana para finalizar a sua avaliação de casos raros de coagulação do sangue e a sua possível relação com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, cujo uso em menores de 60 anos está paralisado em alguns países europeus.
O Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância (PRAC, na sigla em inglês), responsável por monitorizar e avaliar a segurança dos medicamentos para uso humano autorizados pela EMA, tem reuniões agendadas de terça a sexta-feira.
Na última reunião, quarta-feira passada, o PRAC não descartou a relação causa-efeito, mas também não encontrou evidências claras de uma ligação entre a AstraZeneca e o desenvolvimento de coágulos sanguíneos com baixo número de plaquetas.
Com isto, a EMA continua a considerar que os benefícios desta vacina contra covid-19 continuam a superar qualquer risco de efeitos colaterais.
Vários países europeus, como é o caso da Dinamarca, Estónia, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Noruega e Áustria, suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca após relatos de coágulos e tromboses em pessoas que foram vacinadas com este produto.
No início de março, a Áustria anunciou a retirada por precaução de um lote da vacina da AstraZeneca após a morte de uma enfermeira do hospital de Zwettl. Um segundo paciente foi diagnosticado com embolia pulmonar e, até terça-feira, mais duas outras condições de coagulação foram identificadas em pacientes que receberam uma dose do mesmo lote.
Portugal também chegou a suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por motivos de “precaução” e “saúde pública”.