Líderes do grupo “Mulheres contra Bolsonaro” buscam Defensoria da Bahia

Publicado por: Editor Feed News
18/09/2018 21:50:23
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Divulgação/DPE
Divulgação/DPE

Por Lucas Fernandes 


As criadoras do movimento nas redes sociais procuraram a Instituição para salvaguardar tanto o direito à liberdade de expressão quanto própria integridade física

 

Três representantes do grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro, que juntou milhares de brasileiras nas redes sociais contra o candidato à presidência, procuraram a Defensoria Pública do Estado Da Bahia – DPE/BA na tarde desta terça-feira, 18, para relatar ameaças que têm sofrido por conta da criação da página. O grupo, que ganhou grande visibilidade nas últimas semanas, foi alvo de invasões hackers, amplamente divulgadas pela imprensa, chegando a ficar fora do ar e a ter o perfil completamente alterado.

 

“Primeiro liberdade de expressão, né? Porque num estado democrático não estamos cometendo nenhum crime, seguimos o que determina a lei eleitoral do país. Não é possível que tenhamos que ser silenciadas dessa forma. Eu me sinto como uma sequestrada / segregada virtual”, indignou-se a baiana criadora do grupo, Ludimilla Teixeira, ao ser perguntada pela assessoria de comunicação da DPE/BA sobre o que elas esperavam com a denúncia. Além da invasão das páginas, foram hackeados e-mails, whatsapp e dispositivos pessoais, como smartphone.

 

Segundo Ludimilla, as senhas continuam em posse de terceiros. “Estou sem telefone, tenho que ir à operadora resgatar o meu chip, que foi localizado em São Paulo. O ataque começou através do meu aparelho”, relatou. Ela acredita que os invasores continuam em posse, inclusive, de arquivos pessoais, pois usava há muito tempo o e-mail que foi hackeado.

 

O defensor público geral do Estado, Clériston Cavalcante de Macêdo, comentou que a Instituição de acesso à justiça repudia esse atentado ao Direito de Expressão e que a livre manifestação é essencial para a democracia. Após receber e orientar as vítimas do ataque cibernético, a Administração Superior da Defensoria encaminhou-as ao Ministério Público da Bahia – MPBA, onde foram recebidas pela procuradora-geral, Ediene Lousado.

 

Também foram expedidos ofícios ao delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito Filho, para diligências quanto à denúncia feita na 12ª delegacia, e ao comandante da Polícia Militar da Bahia, Coronel Anselmo Brandão, para a garantia da integridade física das organizadoras.

 

“A Defensoria vai dar apoio logístico, para resguardar o direito associativo que elas têm, bem como procurar junto às autoridades policiais resguardar a integridade física das proprietárias do grupo”, ressaltou o coordenador das Defensorias Regionais em substituição, Pedro Casali Bahia, que atendeu as criadoras do Mulheres Unidas Contra Bolsonaro no gabinete do defensor-geral.

 

MAIS DE 1 MILHÃO DE MULHERES

Conforme a assessoria de comunicação do Mulheres unidas Contra Bolsonaro, hoje o grupo soma mais de 1 milhão de mulheres. “Isso por si só já um fato histórico, é emocionante, mas principalmente sintomático, pois aponta que uma quantidade expressiva de mulheres não aprova e não aprovará discursos de ódio de caráter misógino, racista e homofóbico. Faremos frente para defender que nossos direitos conquistados, hoje enfrentando grande ameaça, não sejam deslegitimados e o movimento é a oportunidade dessas mulheres encontrarem um local de pertença onde podem debater temáticas político-sociais e construir um imaginário coletivo daquilo que consideramos uma sociedade justa e igualitária”.

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