Resultados da Pesquisa da Cesta Básica no mês de março em Salvador

Publicado por: Editor Feed News
07/04/2018 12:35:23
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CUSTO DA CESTA BÁSICA FOI MENOR EM 12 CAPITAIS

Em março, houve diminuição do custo do conjunto de alimentos essenciais em 12 capitais, segundo os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). As reduções mais expressivas ocorreram em Salvador (-4,07%), Recife (-3,82%) e Belém (-3,24%). As maiores taxas positivas foram registradas nas cidades de Campo Grande (2,60%) e Curitiba (2,22%).

 

A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 441,19), seguida por São Paulo (R$ 437,84), Porto Alegre (R$ 434,70) e Florianópolis (R$ 426,79)[1]. Os menores valores médios foram observados em Salvador (R$ 322,88) e Aracaju (R$ 339,77).

 

Em 12 meses, entre abril de 2017 e março de 2018, os preços médios da cesta caíram em 16 cidades. Merecem destaque as reduções observadas em Salvador (-7,66%), Goiânia (-7,18%) e Belém (-6,89%). As altas foram registradas em quatro cidades, sendo que as mais expressivas ocorreram em Curitiba (3,11%) e Rio de Janeiro (2,29%). No primeiro trimestre de 2018, 18 cidades acumularam aumentos, com destaque para as taxas de Curitiba (7,12%), Vitória (6,59%) e Brasília (6,54%). As reduções aconteceram em Goiânia e Aracaju, com taxas iguais de -0,07%.

 

Com base na cesta mais cara, que, em março, foi a do Rio de Janeiro, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em março de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.706,44 ou 3,89 vezes o salário mínimo nacional, de R$ 954,00. Em fevereiro, o salário mínimo era de R$ 3.682,67, ou 3,86 vezes o piso mínimo. Em março de 2017, o mínimo necessário foi estimado em R$ 3.673,09 ou 3,92 vezes o piso mínimo de R$ 937,00.

 

PREÇO DA CESTA BÁSICA APRESENTA QUEDA EM SALVADOR

Em março de 2018, a cesta básica na capital baiana registrou queda de 4,07%, em relação a fevereiro e passou a custar R$ 322,88, o menor valor entre as capitais onde o DIEESE realiza a pesquisa. No mês anterior, o custo foi de R$336,59.

 

No mês de março, houve apenas uma leve elevação no valor da farinha de mandioca (0,63%). Os demais itens registraram redução: tomate (-16,33%), açúcar cristal (-6,48%), óleo de soja (-6,41%), manteiga (-6,25%), feijão carioquinha (-6,05%), arroz branco (-4,78%), café (-2,26%), leite longa vida (-1,45%), carne de primeira (-1,11), pão francês (-0,87%) e banana da prata (-0,77%).

 

O trabalhador soteropolitano remunerado pelo salário mínimo comprometeu 74 horas e 28 minutos de sua jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais em março. Em fevereiro de 2018, a jornada foi maior (77 horas e 37 minutos).

 

Quando se compara o custo da cesta básica em Salvador com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação é de 36,79% de comprometimento do mesmo para a aquisição de uma cesta em março de 2018. Em fevereiro de 2018, esse percentual foi maior, 38,35%.

 

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO

Em março de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 88 horas e 07 minutos. Em fevereiro de 2018, a jornada necessária ficou em 88 horas e 38 minutos. Em março de 2017, o tempo era de 90 horas e 33 minutos.

 

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em março, 43,54% para adquirir os mesmos produtos que, em fevereiro, demandavam 43,79% e, em março de 2017, 44,74%.

 

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS[2]

Entre fevereiro e março de 2018, as quedas predominaram no preço da batata (coletada no Centro-Sul), açúcar refinado, feijão, café em pó e óleo de soja. Já a banana e o leite integral mostraram tendência de alta na maior parte das cidades.

 

O preço da batata, pesquisada no Centro-Sul, diminuiu em todas as cidades. As quedas oscilaram entre -16,28%, em Florianópolis, e -3,20%, em São Paulo. Em 12 meses, todas as capitais mostraram elevação de valor: entre 0,36%, no Rio de Janeiro, e 25,84%, em Curitiba.  Calor e chuva diminuíram a qualidade do tubérculo; além disso, a oferta seguiu normalizada e o preço no varejo recuou.

 

Entre fevereiro e março, o quilo do açúcar refinado diminuiu em 18 cidades, ficou estável em Belém e aumentou em São Luís (0,42%). As quedas oscilaram entre -7,08%, em Natal e -0,67%, em Goiânia. Em 12 meses, o valor do açúcar apresentou taxas negativas em todas as cidades, com destaque para Goiânia (-41,80%), Salvador (-33,99%) e Vitória (-33,61%). A demanda restrita por açúcar e os altos estoques das usinas reduziram o preço do açúcar cristal e refinado no varejo.

 

Das 20 capitais onde a pesquisa é realizada, houve queda mensal no preço do feijão em 17. O tipo carioquinha, pesquisado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, diminuiu em 13 cidades, com exceção de Natal (0,24%) e Manaus (2,61%). Nas demais cidades, as taxas variaram entre -11,26%, em Campo Grande, e -0,90%, em Belo Horizonte. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, aumentou 2,08%, em Vitória e diminuiu em Florianópolis (-4,71%), Rio de Janeiro (-2,95%), Porto Alegre (-1,94%) e Curitiba (-1,01%). Em 12 meses, o feijão acumulou queda em todas as cidades. As taxas do grão carioquinha variaram entre -43,45%, em Fortaleza, e -20,19%, em São Paulo. As taxas negativas do feijão preto foram de -28,47% em Porto Alegre; -27,38%, em Florianópolis; -24,97% em Vitória; -22,26% em Curitiba; e, -11,66% no Rio de Janeiro. A oferta do grão carioca esteve elevada em março; e, o tipo preto finalizou a segunda safra, o que garantiu elevado volume de oferta e redução do preço nas prateleiras dos mercados da maior parte das cidades.

 

O preço quilo do café em pó diminuiu em 16 cidades entre fevereiro e março. As quedas oscilaram entre -4,09%, em Manaus, e -0,34%, em Goiânia. As altas ocorreram em Curitiba (0,27%), São Paulo (0,30%), Florianópolis (1,50%) e Campo Grande (2,10%). Em 12 meses, 17 cidades tiveram queda acumulada, com destaque para Vitória (-15,56%), Goiânia (-13,34%) e Manaus (-12,98%). Os aumentos foram registrados em Porto Alegre (0,91%), Florianópolis (5,97%) e São Paulo (6,11%). Preços externos menores e a aproximação da colheita de café influenciaram na queda do preço do grão moído no varejo.

 

O preço do óleo de soja teve queda em 15 capitais, ficou estável em Natal e aumentou em Vitória (0,30%), Goiânia (0,75%), Campo Grande (0,80%) e Florianópolis (1,47%). As quedas oscilaram entre -6,41%, em Salvador e -0,27%, em Fortaleza. Em 12 meses, o produto apresentou taxa negativa em todas as cidades, em especial em Goiânia (-26,85%), Belém (-23,70%) e Cuiabá (-20,89%). Apesar do aumento das exportações, os preços continuaram em queda no varejo.

 

O preço da banana aumentou em 16 capitais entre fevereiro e março, com taxas entre 0,18%, em Manaus e 26,09%, em Campo Grande. As quedas mais expressivas ocorreram em Florianópolis        (-1,60%) e Goiânia (-1,37%). Em 12 meses, 18 cidades mostraram queda, com taxas entre -28,38%, em Florianópolis, e -1,94%, no Rio de Janeiro. As altas foram anotadas em Cuiabá (2,44%) e Campo Grande (9,42%). A menor oferta elevou o preço da banana.

 

O valor do litro do leite aumentou em 11 cidades entre fevereiro e março, com altas entre 0,57%, em Natal, e 3,92%, em Campo Grande. Em João Pessoa, não houve variação no preço médio e as quedas mais expressivas foram verificadas em Salvador (-1,45%), Vitória (-1,28%) e Manaus             (-1,27%). Em 12 meses, todas as cidades acumularam redução nas taxas, que variaram entre -19,28%, em Goiânia, e -2,77%, em Curitiba. A oferta de leite foi menor em março, devido aos baixos preços nos meses anteriores e à elevação dos custos de produção.


 

TABELA 1 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS

CUSTO (R$) E VARIAÇÃO (%) DA CESTA BÁSICA EM 20 CAPITAIS

BRASIL, MARÇO DE 2018

Capital

Valor da Cesta (R$)

Variação

Mensal (%)

% do Salário Mínimo Líquido

Tempo de

Trabalho

Variação

Anual (%)

Rio de Janeiro

441,19

0,65

50,27

101h44m

2,29

São Paulo

437,84

0,12

49,89

100h58m

0,57

Porto Alegre

434,70

0,05

49,53

100h15m

-0,58

Florianópolis

426,79

0,41

48,63

98h25m

-1,59

Vitória

410,59

-0,06

46,78

94h41m

-1,24

Brasília

404,60

-1,00

46,10

93h18m

-2,60

Curitiba

401,65

2,22

45,76

92h37m

3,11

Cuiabá

398,54

0,89

45,41

91h55m

2,21

Fortaleza

389,00

-1,64

44,32

89h43m

-4,85

Campo Grande

382,47

2,60

43,58

88h12m

-2,42

Belo Horizonte

378,13

-0,99

43,08

87h12m

-1,93

Belém

367,06

-3,24

41,82

84h39m

-6,89

Goiânia

360,43

-0,98

41,07

83h07m

-7,18

Manaus

358,28

0,34

40,82

82h37m

-3,67

São Luís

353,16

-1,00

40,24

81h26m

-3,05

João Pessoa

349,83

-1,22

39,86

80h40m

-6,51

Natal

343,26

-1,63

39,11

79h10m

-5,73

Recife

342,46

-3,82

39,02

78h58m

-3,86

Aracaju

339,77

-0,53

38,71

78h21m

-3,42

Salvador

322,88

-4,07

36,79

74h28m

-7,66

Fonte: DIEESE

 

TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS

VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 20 CAPITAIS (%)

BRASIL, MARÇO DE 2018

 

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Brasília

Campo Grande

Cuiabá

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Total

-1,00

2,60

0,89

-0,98

-0,99

0,65

0,12

-0,06

2,22

0,41

0,05

Carne

0,90

-1,43

0,16

-0,21

-0,23

-1,58

-1,37

-0,69

0,94

0,21

0,04

Leite

2,67

3,92

2,39

-0,40

3,04

3,32

3,84

-1,28

3,66

2,86

2,26

Feijão

-2,31

-11,26

-4,00

-5,27

-0,90

-2,95

-3,66

2,08

-1,01

-4,71

-1,94

Arroz

-4,64

-3,56

-1,11

0,41

-1,50

-0,28

0,00

-2,71

0,00

0,00

1,15

Farinha

-3,64

0,00

-3,93

-1,43

0,75

-5,93

-2,67

-2,87

-1,80

-0,70

1,93

Batata

-12,54

-5,11

-9,00

-4,52

-8,12

-4,83

-3,20

-8,84

-5,08

-16,28

-7,81

Tomate

-10,64

3,46

5,33

-1,01

-10,11

3,68

2,65

-3,02

5,62

7,09

-2,19

Pão

1,02

1,60

-0,49

-0,37

-0,27

2,14

0,79

0,00

0,10

2,73

-0,59

Café

-1,45

2,10

-1,05

-0,34

-0,63

-1,39

0,30

-3,44

0,27

1,50

-2,25

Banana

4,94

26,09

11,99

-1,37

9,77

7,84

2,18

13,19

17,50

-1,60

7,13

Açúcar

-4,71

-3,00

-2,53

-0,67

-1,14

-5,42

-0,83

-3,61

-4,88

-3,25

-5,60

Óleo

-2,66

0,80

-1,68

0,75

-0,61

-3,48

-1,16

0,30

-4,56

1,47

-4,02

Manteiga

2,49

4,78

-3,68

-0,87

-1,10

-0,39

0,39

2,41

-1,63

1,45

0,21


TABELA 2 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS

VARIAÇÃO MENSAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 20 CAPITAIS (%)

BRASIL, MARÇO DE 2018

(continuação)

Produtos

Norte

Nordeste

Belém

Manaus

Aracaju

Fortaleza

João

Pessoa

Natal

Recife

Salvador

São Luís

Total

-3,24

0,34

-0,53

-1,64

-1,22

-1,63

-3,82

-4,07

-1,00

Carne

2,77

1,88

2,64

-3,71

-1,91

0,30

-1,14

-1,11

0,98

Leite

-0,24

-1,27

-1,18

-0,27

0,00

0,57

-0,33

-1,45

1,21

Feijão

-4,35

2,61

-2,14

-1,19

-2,45

0,24

-2,74

-6,05

-3,54

Arroz

-2,02

-1,06

-3,20

-1,01

-0,40

0,69

-1,87

-4,78

-1,37

Farinha

-0,95

-0,87

0,20

0,00

0,00

-0,76

1,50

0,63

-0,89

Tomate

-16,27

0,17

-8,98

-5,73

-8,29

-13,83

-19,84

-16,33

-8,04

Pão

-2,14

0,12

-0,63

0,09

-0,22

-0,49

-1,23

-0,87

0,00

Café

-1,15

-4,09

-0,99

-1,47

-2,10

-0,67

-0,48

-2,26

-0,68

Banana

-1,27

0,18

3,48

3,37

10,39

6,12

0,80

-0,77

3,43

Açúcar

0,00

-4,05

-1,88

-3,15

-3,70

-7,08

-3,77

-6,48

0,42

Óleo

-1,96

-1,58

-2,01

-0,27

-1,60

0,00

-2,79

-6,41

-1,35

Manteiga

-0,62

-0,56

-0,32

0,57

-0,94

0,46

2,00

-6,25

0,90

Fonte: DIEESE. Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos

Obs.: Podem ocorrer pequenas diferenças nas variações em relação ao texto, pois os dados desta tabela derivam do cálculo resultante do preço dos produtos multiplicado pelas quantidades estabelecidas na cesta.


TABELA 3 - PESQUISA NACIONAL DA CESTA BÁSICA DE ALIMENTOS

VARIAÇÃO ANUAL DO GASTO POR PRODUTO NAS 20 CAPITAIS (%)

BRASIL, MARÇO DE 2018

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Brasília

Campo Grande

Cuiabá

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Florianópolis

Porto Alegre

Total

-2,60

-2,42

2,21

-7,18

-1,93

2,29

0,57

-1,24

3,11

-1,59

-0,58

 

Carne

-1,70

-2,92

1,74

-6,66

-0,41

0,64

-0,04

-2,21

1,17

-0,29

-0,58

 

Leite

-4,73

-5,36

-7,55

-19,28

-11,99

-4,74

-7,35

-8,31

-2,77

-5,59

-8,11

 

Feijão

-35,39

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