UNIFESP revela que apenas 31% dos homens se previvem na hora do sexo

Publicado por: Editor Feed News
06/10/2017 11:50:34
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Courtesy Pixabay
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Os métodos contraceptivos são parte fundamental para uma vida sexual saudável e livre de preocupações. Em pesquisa recente feita pela UNIFESP, 72% dos homens brasileiros consideraram que a responsabilidade pela contracepção e prevenção das DSTs é do casal. Infelizmente, esse dado mostra que acreditar nessa responsabilidade compartilhada não é o mesmo que colocá-la em prática.

 

Dos homens entre 15 e 25 anos entrevistados, apenas 31% deles afirmaram utilizar camisinha em todas as relações sexuais e mais de 70% acreditam que não há necessidade do uso conjunto da pílula anticoncepcional e da camisinha.

 

Os dados preocupam, pois, os jovens brasileiros parecem ter ideias e ações ambíguas em relação ao sexo e a contracepção e, para piorar um pouco esse cenário, 38% deles afirmaram tirar suas dúvidas sobre o assunto por meio da internet.

 

Todas essas informações servem como alerta para conscientizar homens e mulheres da importância de se falar sobre sexo e métodos contraceptivos no geral, tendo em vista que o número de algumas doenças sexualmente transmissíveis está crescendo e 30% das gestações no país não são planejadas. Abaixo segue o conteúdo sobre o tema e os principais dados por estado.

 

72% dos brasileiros acreditam que a responsabilidade pela contracepção e   prevenção de DSTs é do casal, mas apenas 31% dos homens previnem-se, revela pesquisa da UNIFESP

 

Estudo realizado pela instituição que pesquisou padrões de comportamento em dez capitais brasileiras mostra a visão masculina em relação à contracepção e prevenção de DSTs

 

São Paulo, 26 de setembro de 2017 - A discussão sobre o papel de homens e mulheres no planejamento familiar e na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) tenta combater dois problemas de saúde pública que assolam o Brasil: a gravidez não planejada e as DSTs. Para se ter uma ideia, 30% das gestações no país não são planejadas, de acordo com o Instituto Oswaldo Cruz. Além disso, dados do Ministério da Saúde apontam que, em média, 40 mil novos casos de DSTs (entre as quais AIDS, sífilis e hepatites virais) são detectados anualmente.

 

Buscando compreender melhor como os homens se comportam em relação a esses temas, a Bayer, com o apoio do Departamento de Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP, ouviu 2.000 homens de 15 a 25 anos em de 10 capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e constatou que, embora 72% deles acreditem que a responsabilidade de evitar uma gravidez não planejada seja do casal, a maioria não toma as medidas preventivas necessárias para impedir uma gravidez ou DSTs; ao mesmo tempo, o levantamento mostrou que 55% dos brasileiros tiveram sua primeira relação sexual entre 13 e 16 anos e que suas duas maiores preocupações  durante o ato sexual foram a gravidez (31%) e as DSTs (34%).

 

USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

 

Responsabilidade comumente relacionada às mulheres, o uso de métodos contraceptivos ainda é um tema delicado em conversas no meio masculino. Apenas 55% dos entrevistados consideraram que falar abertamente sobre o assunto é normale, quando questionados se apoiariam as parceiras a deixar de lado qualquer tipo de contraceptivo38% disseram que não.

 

A gravidez não planejada é responsável por uma a cada duas gestações no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e embora tenha sido citada como a segunda maior preocupação entre os homens durante a relação sexual, 73% fizeram sexo sem usar um método contraceptivo. O que é muito preocupante.

 

Quando foi possível dar uma justificativa para as respostas, 48% dos brasileiros afirmaram preferir que suas parceiras tomem pílula anticoncepcional e apenas 24% foram a favor do uso concomitante de contraceptivo oral e preservativo. Contradizendo essas respostas, quase 50% dos brasileiros afirmaram acreditar que a “camisinha” masculina é o método mais eficaz.

 

“A Bayer há 10 anos realiza o Dia Mundial de Prevenção da Gravidez não Planejada (Contraception Day) em mais de 70 países com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o tema e empoderar a mulher no planejamento de sua vida ”, relata Rubens Weg, gerente geral da divisão Pharma da Bayer Brasil.

 

PREVENÇÃO DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

 

Em 2015, segundo o Ministério da Saúde,  mais de 39 mil homens foram diagnosticados com sífilis e 22,4 mil foram infectados com o vírus da AIDS, o que corresponde a mais do que o dobro do número de mulheres infectadas com o HIV no mesmo período. Essa estatística evidencia a falta de prevenção e a baixa adesão ao preservativo masculino.

 

Quando questionados sobre o motivo de não utilizarem “camisinha” ou outro método contraceptivo, 16% alegaram não querer “estragar a diversão”12% afirmaram não dispor de método contraceptivo no momento da relação, 11% simplesmente esqueceram de usar, 10% “decidiram se arriscar” e 9% estavam alcoolizados ou sob efeito de drogas.

 

EDUCAÇÃO SEXUAL

 

Aspecto decisivo no combate à gravidez não planejada e no controle das doenças sexualmente transmissíveis, a educação sexual precisa ser melhorada. De acordo com os resultados obtidos na pesquisa, 38% dos entrevistados aprenderam sobre sexo e métodos contraceptivos com amigos e pela internet.

 

Além disso, 60% deles afirmaram que quando tem alguma dúvida sobre sexo pesquisam na internet  e apenas 5%procuram a ajuda de profissionais  de saúde. “Os números indicam uma realidade delicada e mostram a necessidade de difundir informações  e ensinar adolescentes e jovens adultos sobre os métodos contraceptivos disponíveis e a importância da prevenção das DSTs, pois essa é a melhor saída para diminuir a gravidez na adolescência e surtos de sífilis, por exemplo. Conscientizar para prevenir, esse é o melhor caminho”, afirma o Dr. Afonso Nazário, ginecologista e Professor Livre-Docente do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.

 

A falta de conhecimento sobre os métodos contraceptivos masculinos e femininos é facilmente identificável na pesquisa. Embora82% dos homens afirmem conhecer as opções disponíveis para as mulheres, poucos se lembraram dos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs - Long Acting Reversible Contraceptives). Apenas 8% citaram o DIU (dispositivo intrauterino) de cobre, 6%, o DIU hormonal e 2% se recordaram do implante. “Os LARCs são recomendados por instituições internacionais, como o Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia desde 2014, e deveriam ser as principais opções oferecidas para as mulheres e ser conhecidos também pelos homens”, ressalta Nazário.

 

PRINCIPAIS RESULTADOS NOS ESTADOS

 

  • ·         Porto-alegrenses e curitibanos são os que mais se preocupam com as doenças sexualmente transmissíveis (48%).
  • ·         Apenas 4% dos porto- alegrenses e curitibanos usam “camisinha” em todas as relações sexuais.
  • ·         Os goianos são os que mais usam “camisinha” em todas as relações sexuais (44%).
  • ·         74% dos recifenses costumam carregar uma “camisinha” consigo.
  • ·         80% dos recifenses acreditam que a responsabilidade pela contracepção é do casal.
  • ·         42% dos paulistas se preocupam com DSTs durante a relação sexual.
  • ·         38% dos paulistas usam  “camisinha” às vezes.
  • ·         92% dos mineiros procuram esclarecer suas dúvidas sobre contracepção ou sexo na internet.
  • ·         77% dos mineiros acreditam que a responsabilidade pela contracepção é do homem; apenas 4% acreditam que é do casal.
  • ·         68% dos cariocas apontaram a “camisinha” masculina como método mais efetivo e 75% preferem usá-la.
  • ·         90% dos cariocas acreditam que a responsabilidade pela contracepção é de ambos.
  • ·         50% dos brasilienses acreditam que a “camisinha” masculina é o método contraceptivo mais efetivo.
  • ·         27% dos brasilienses não usam preservativo masculino nas relações sexuais.
  • ·         42% dos goianos acreditam que a pílula anticoncepcional é o método mais confiável e 54% preferem este método.
  • ·         Os goianos são os que mais acreditam que a responsabilidade pela contracepção é do casal (90%).
  • ·         94% dos homens em Belém já tiveram relações sexuais sem nenhuma proteção contraceptiva.
  • ·         Quando têm dúvidas sobre sexo ou contracepção, 11% dos homens em  Belém procuram um profissional de saúde.
  • ·         94% dos portos alegrenses apoiariam a parceira caso ela desejasse parar com todos os métodos.
  • ·         44% dos soteropolitanos acreditam que a “camisinha” é o método mais confiável e 40% acham que é a pílula anticoncepcional.
  • ·         49% dos soteropolitanos preferem “camisinha” e 41% pílula anticoncepcional.

 

Sobre o World Contraception Day

Com o objetivo de melhorar a educação sexual, promover a conscientização sobre a contracepção moderna e reduzir os altos índices de gravidez não planejada e/ou de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) em todo o mundo, foi criado o Dia Mundial da Prevenção da Gravidez Não Planejada, que acontece em 26 de setembro. A ação é uma iniciativa de ONGs e sociedades internacionais – com apoio mundial da Bayer. No site da campanha www.vivasuavida.com.br é possível encontrar diversas informações sobre sexo seguro, gravidez e contracepção, entre outros temas.

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