Idosos, o peso do capitalismo
A avaliação é do filósofo Clodoaldo Meneguello Cardoso, professor aposentado da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru e coordenador do Observatório de Educação em Direitos Humanos.
“É preciso combater qualquer exclusão, seja física, moral ou com palavras. Esta é uma luta dos direitos humanos para construir uma sociedade inclusiva”, argumenta o docente.
Clodoaldo cita o senso comum de que o idoso é uma pessoa que já produziu, mas não “acrescenta” mais à sociedade – o que é uma inverdade, pois muitos aposentados proveem o sustento da casa.
“Para o capitalismo, numa visão selvagem, o idoso é um peso. Tanto que o governo atual quer jogar a aposentadoria para a frente, e essa visão de que a pessoa mais velha é descartável é transmitida para as novas gerações”, critica.
Por isso, faz-se necessário que as escolas preguem a convivência saudável das crianças com os idosos, para que os pequenos tenham contato com as dificuldades da terceira idade e criem consciência sobre a necessidade de respeitar.
A sociedade é plural, e a noção de que todos precisam de alguém, seja na infância ou na velhice, é educacional. Quando esses valores são negligenciados, o idoso se isola e a sociedade ajuda a escondê-lo, esquecendo-o em clínicas e asilos.
“Nos países desenvolvidos, vemos mais idosos e deficientes nas ruas, pois as cidades têm melhor esquema de adaptação física. Isso estava começando no Brasil, mas no momento está havendo um retrocesso”, finaliza o filósofo.
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http://www.comerciodojahu.com.br/noticia/1365769/no-capitalismo-o-idoso-e-um-peso